A cronometragem inicial começou às 7h30min do dia
24 de abril de 1930, com o nascimento de José
de Ribamar de Araújo Costa, na cidade Maranhense de Pinheiro, o qual após inserir-se na politica
Maranhense em 1958 usando o codinome de “Zé
do Sarney” na disputa por uma vaga na câmara federal, o que resultou-se em
uma suplência, em seguida lhe ascendendo ao mandado federal do respectivo
pleito 1958-1962, posteriormente reelegendo-se para o mesmo cargo na Câmara
Federal para o pleito 1962-1966, contudo antes de finalizar este mandato
federal o mesmo elegeu-se ao Governo do Maranhão em 1965, data na qual, passou oficialmente
tratar-se de: José Sarney de Araújo
Costa, se firmando popularmente
na nação por “José Sarney”, ou tão
somente “Sarney”.
Todavia
naqueles tempos de Ditadura a carreira politica de José Sarney era um sucesso,
corria de vento em popa, logo após o fim de seu Governo no Maranhão, Sarney se
elegeu e reelegeu-se pelo Maranhão Senador para os mandatos: 1971-1979 e 1979
1985, de onde saltou triunfalmente para a Presidência da Republica do Brasil
para o mandato de 1985-1990.
Ocorre que na Presidência os ventos não foram tão
bons assim, no entanto entre ventos e tempestades, Sarney sobreviveu
concretizando a tão sonhada transição para a democracia, passando a faixa ao
seu sucessor Fernando Collor de Mello.
Embora os fortes ventos e tempestades oriundos dos
planos fracassados Cruzado I e II, que foram elaborados por sua equipe
econômica para combaterem a recessão e a inflação galopante herdada dos
Governos Militares, o tivesse deixado atordoado, ainda assim, Sarney saiu ileso
ao fim de seu Governo Presidencial, visto que seu maior feito; seria o resgate
da liberdade de expressão, além da convocação de uma assembleia constituinte
que resultou-se em nossa nova Constituição Federal, se consolidando assim a
transição democrática, depois de vinte anos de Ditadura.
Cinco anos na Presidência da Republica Brasileira rendeu
a Sarney um ciclo de 35 anos na politica, feito esplendoroso, de modo que
qualquer trabalhador comum que tivesse uma trajetória desse nível em qualquer
que fosse a instituição; privada ou pública estaria completamente realizado.
No entanto para ambição politica de Sarney esse
feito seria pouco, razão pela qual ao descer a rampa do palácio do Planalto em
15 de março de 1990 após transmitir o cargo presidencial para seu sucessor, embora
tivesse dito que queria apenas um par de sandálias para andar pelas praias de
São Luís, acabou não se afastando da politica, retornando ao Senado Federal
pelo Estado do Amapá por três mandatos consecutivos, 1991-1998, 1999-2006 e
2007-2014, cujos mandados turbulentos deixaram totalmente desgastada sua imagem,
o que talvez lhe levasse a jogar a tolha em seu ultimo pleito pelo Estado do
Amapá em dezembro de 2014, encerrando sua carreira politica, totalizando-o com
o maior ciclo politico de nossa historia, 59 anos pleno exercício de mandatos
eletivos.
Com o encerramento da jornada politica de Sarney,
nada sabemos qual será seu próximo encaminhamento, afinal seus 84 anos de idade
já lhe pesam bastante, talvez possa ele está pensando em escrever um novo
romance, ou talvez ousar um retorno a politica ou quem sabe buscando a paz
interior refletindo sobre o passado, presente e futuro, nada pode se afirmar,
apenas se especular.
No entanto sua cronometragem segue em reta final e se
ele realmente parar pra pensar, notará que não haverá mais tempo para
cronometrar uma nova jornada politica ou quem sabe uma nova criação literária, contudo
se Sarney após sua descida final da rampa do palácio do Planalto retornasse
realmente as praias de São Luís ao invés de seguir na politica, talvez lhe
sobrasse tempo para uma boa conversa num botequim com amigos ou para sua
desejada caminhada de sandálias pelas areias das praias de São Luís, ou talvez
tempo para uma relaxante partida de dama ou xadrez no terraço de sua casa com
amigos, ou ainda tempo para uma prosa ao por do sol com amigos sentado a margem
do mar em São Luís, ou quem sabe lhe sobrasse tempo até para oração, entretanto angustiante é ter a certeza que a
cronometragem está na reta final.
O presente texto é uma menção sobre Sarney e o tempo,
Contudo não deixa de ser um chamamento à reflexão-
Sobre nossa importância no tempo ou, o tempo sobre
nós.
O autor: José Roberto
Menezes de Azevedo é investigador de Policia Civil
Do Maranhão, Administrador,
Matemático e Estudioso do Direito;
Atualmente é titular da DP Primeira Cruz/MA
Reserva-se aos direitos de criação e publicação.
azevedomenezes@hotmail.com