Somos todos, ou partes? Somos poucos, ou muitos?
Nascemos corruptos ou aprendemos ser corruptos? Porque somos? Se não somos, porque
tantos corruptos? Onde somos mais, no setor privado, ou no setor público? No
legislativo ou no executivo? Na justiça ou na polícia? Nos hospitais ou nas
escolas? Nas igrejas, ou nas famílias? Em casa ou nas ruas?
Observe-se, que as perguntas parecem obvias,
porém as respostas, se convém complexas, eu, particularmente; não ousaria em
quantificar ou qualifica-las, contudo o tema aguça prontas respostas,
entretanto diante do cenário nacional da corrupção precisamos de respostas
fundamentadas, para uma melhor compreensão.
Vivemos um momento nunca visto na história
nacional, a corrupção cresceu tanto no Brasil, que talvez não encontremos um
segmento de nossa sociedade imune. O mal corruptivo se alastrou tão
profundamente que contaminou até crianças e adolescentes, os afastando das
escolas e de suas famílias, desse modo, desassistidos e com armas em punhos,
cometem os mais escabrosos atos infracionais, mas estes a bem da verdade, não
são causa, são consequências.
Por outra vertente, nos aflora os últimos acontecimentos
da cidade de Vitoria/ES, e de acordo com os questionamentos iniciais do texto, refletiremos
primeiramente; se o simples afastamento dos policias militares das ruas do
Estado do Espirito Santo em face de suas reinvindicações perpetradas por suas
respectivas esposas, seria motivo suficiente para o caos instalado no citado
Estado, em especial na capital Vitoria? Segundo; será que se o quadro de
civilidade brasileira fosse outro, haveria tanta desordem e saques a supermercados
e lojas? Ou será que devemos encarar tudo com naturalidade e aceitarmos
friamente que precisamos conviver eternamente com policiais fortemente armados
combatendo a nós mesmos em face de nossa contaminação corruptiva?
Para se concluir a reflexão proposta; devemos
levar em consideração que a maioria dos saqueadores de Vitoria/ES tratam-se de
pessoas sem antecedentes criminais, sendo pessoas comuns que simplesmente se
aproveitaram da ausência dos policiais para perpetrarem seus intentos
corruptos. Ora isso nos reforça a aceitar friamente a ideia do trecho final do
parágrafo anterior, que devemos estar protegidos pela polícia até mesmo de
pessoas sem histórico criminal, de maneira que o quadro se demonstra de muita
gravidade social.
A corrupção no Brasil se desponta de todos os
lados, de maneira que não podemos afirmar com certeza; quais regiões mais ou
menos corrupta, todavia é em Brasília o palco maior deste cenário, é para lá
que caminham os grandes arquitetos do mal, engravatados; em ternos elegantes e
agrupados devoram as esperanças dos operários do bem, diante desse cenário, não
tenho dúvidas, o Brasil está doente e precisa urgentemente ser submetido a um
tratamento rigoroso, ético e moral para quem, sabe sonhar-se com novos
horizontes.
É obvio que não será da noite para o dia que
resolveremos os problemas do Brasil, embora tenha quem pense assim, talvez eu
esteja enganado, mas o presidente Michel Temer demonstra essa ideia, de um
jeito ou de outro tenta impor novas regras na previdência e na administração
pública de um modo geral com o pretexto de recuperar a economia brasileira
corroída pela corrupção.
Tal proposito tem proporcionado uma grande
inquietação na classe trabalhadora de forma geral, levando a classe
trabalhadora a uma corrida súbita a aposentadoria, por medo das novas regras,
já aqueles que ainda não se encontram habilitados para a aposentadoria
esbravejam de todos os lados, alegando não serem os verdadeiros responsáveis
pela falência da economia brasileira.
Indiscutivelmente o grande mal brasileiro é a
corrupção, é um roube quem quiser e salve-se quem puder, a cultura da corrupção
está completamente disseminada e impregnada, contudo para que as respostas aos
quesitos iniciais formulados sejam menos decepcionantes, devemos continuar
torcendo pelo bom empenho e desempenho da Polícia Federal, Ministério Público
Federal e do Juiz Sergio Moro no combate a corrupção e seus agentes.
O autor é Investigador de Polícia Civil do
Maranhão;
Matemático, Administrador e estudioso do
Direito;Atualmente titular das Investigações
Criminais da Delegacia de Primeira Cruz/MA
Jose Roberto Menezes de Azevedo.
azevedomenezes@hotmail.com