Matemático, Administrador, Graduado em direito e;
Pós-graduado em Direito penal e processual;
Estudioso da teologia.
Reserva-se ao direito autoral, podendo o conteúdo ser,
Publicado na totalidade, preservado a autoria.
azevedomenezes@hotmail.com
O LIXO E O MEIO AMBIENTE SOB A LUZ DAS SAGRADAS ESCRITURAS
_________________________________________________________________________________________________________________________
Foto do autor.
Resumo
O presente trabalho aborda o lixo e o meio ambiente sob a luz
das Sagradas Escrituras. Tal problemática consiste
em o
que o cidadão como cristão pode fazer para ajudar na solução do problema do
lixo urbano, no sentido de contribuir para limpeza pública e preservação
ambiental através do descarte do lixo urbano.
Essa questão se justifica devido a notável degradação do meio ambiente no planeta
provocada pelo descaso no descarte do lixo, tendo em vista, que a cada ano
aumenta sua produção em razão do crescente processo de produtos
industrializados para bens de consumo e alimentos com o propósito de atender a
demanda de consumo da humanidade cada vez maior. O objetivo central deste
estudo é de identificar fundamentos bíblicos que possam fundamentar uma
defensa do meio ambiente na perspectiva cristã. Para isso utilizamos da metodologia de abordagem qualitativa,
biográfica, tendo como fonte principal os livros de Genesis (cap. 1.1-31,
2.1-3) e Deuteronômio (cap 23.13-15), de onde se identificou claramente
fundamentos bíblicos que possam auxiliar o cristão no aspecto da
responsabilidade ambiental, dentre outras fontes, se pesquisou documentos e
trabalhos eclesiais da igreja católica voltados para a defesa do meio ambiente,
dentre outros autores renomados que foram pesquisados. O estudo apresentado demonstrou-se
relevante ao identificar e apresentar fundamentos bíblicos que fundamentam uma
possível defensa ao meio ambiente.
Palavras-chave: Meio
ambiente. Lixo. Preservação. Escrituras Sagradas.
GARBAGE
AND THE ENVIRONMENT UNDER THE LIGHT OF THE HOLY SCRIPTURES
Abstract
The present work
approaches the garbage and the environment in the light of the Holy Scriptures.
This problem consists of what the citizen as a Christian can do to help solve
the problem of urban waste, in the sense of contributing to public cleaning and
environmental preservation through the disposal of urban waste. This issue is
justified due to the remarkable degradation of the environment on the planet
caused by the negligence in the disposal of garbage, considering that every
year its production increases due to the growing process of industrialized
products for consumer goods and food with the purpose of meet the growing
consumer demand of humanity. The main objective of this study is to identify
biblical foundations that can support a defense of the environment in the
Christian perspective. For this, we used the methodology of a qualitative,
biographical approach, having as main source the books of Genesis (ch. 1.1-31,
2.1-3) and Deuteronomy (ch. 23.13-15), from which biblical foundations were
clearly identified that can help the Christian in the aspect of environmental
responsibility, among other sources, documents and ecclesiastical works of the
Catholic Church focused on the defense of the environment were researched,
among other renowned authors that were researched. The study presented proved
to be relevant in identifying and presenting biblical foundations that underlie
a possible defense of the environment.
Introdução
O meio ambiente tornou-se
uma preocupação mundial em decorrência dos diversos problemas ambientais, entre
eles a poluição do ar, mudança climática, desmatamento, extinção de espécies,
degradação do solo, superpopulação, geração de resíduos entre outros, e isso
segundo a Organização das Nações Unidas – ONU tem afetado consideravelmente a
qualidade de vida do homem e do planeta, e nesse sentido a ONU através de seus
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, tem se dedicado a combater e
erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e o
clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e
de prosperidade[1].
No
Brasil a preservação ambiental, é matéria constitucional, contudo o descontrole
ambiental vai das florestas as cidades, que crescem desordenadas sem um sistema
de saneamento básico e coleta de lixo adequados, a precariedade desse sistema tem
vulnerabilizado ainda mais a saúde pública da população nas cidades e consequentemente
as populações das zonas rurais, diante desse quadro, as áreas urbanas por
apresentarem maior concentração populacional, precisam de uma atenção mais
urgente, contudo, problemas como o de saneamento básico é necessário recursos
financeiros imediatos para consolidação de projetos de longo prazo. No entanto,
no caso do lixo, o cenário é mais favorável para uma solução mais razoável com
a participação do cidadão como cristão, diante dessa perspectiva surge um
questionamento, o que o cidadão como cristão pode fazer para ajudar na solução
do problema do lixo urbano, no sentido de contribuir para limpeza pública e
preservação ambiental através do descarte do lixo urbano?
Diante
do exposto o presente trabalho surge com o objetivo geral de identificar fundamentos
nas Sagradas Escrituras que possam fundamentar uma defensa do meio ambiente na
perspectiva cristã, tendo como objetivo especifico, demonstrar a importância do
cristão e cidadão no processo do descarte do lixo para a preservação ambiental
com base em fundamentos teológicos, nas Escrituras Sagradas, documentos da Igreja
e na Constituição Federal Brasileira.
A escolha do tema em epigrafe levou em
consideração que a teologia como ciência se ocupa de Deus, sua natureza, seus
atributos e suas relações com o homem e com o universo, estuda as religiões,
seus textos sagrados, rituais, dogmas e doutrinas, nesse amplo contexto de
estudo da teologia o homem e o meio ambiente são preocupações teológicas, posto
que, o homem é o administrador de tudo que foi criado por Deus e como
administrador tem o dever de preservar o que lhe foi lhe dado por Deus, de
acordo com Diehl (2020, p 201), embora Deus tenha
feito o ser Humano como senhor do mundo natural, ele deve usar da natureza com
responsabilidade perante o Criador.
Quanto a metodologia nos utilizamos
da abordagem qualitativa, biográfica, através de pesquisas nas Escrituras
Sagradas, livros, revistas cientificas e internet e documentos da Igreja
Católica, tais como; a Carta Encíclica Laudato Si do Papa Francisco.
livros de autores importantes como DIEHL, Rafael de Mesquita, revistas científicas
e a nossa Constituição Federal.
O estudo está disposto em quatro partes, na primeira a introdução, na segunda parte apresentamos a metodologia utilizada para a pesquisa, na terceira o desenvolvimento dos estudos sobre a problemática em questão, na parte final dispomos nossas considerações finais e a conclusão de nosso trabalho.
Para a realização do presente trabalho utilizamos da metodologia de abordagem qualitativa, biográfica com o propósito de identificar fundamentos Bíblicos que possam fundamentar uma defensa ao meio ambiente sob a perspectiva cristã, e o amparo constitucional com a finalidade de se demonstrar a importância do cristão e do cidadão no processo do problema em questão.
De acordo com a escolha metodológica adotada
realizamos pesquisas nas Escrituras Sagradas, na parte do livro de Genesis,
(cap. 1.1-31, 2.1-3) sobre a obra da criação no aspecto da responsabilidade do
homem sobre tudo o que Deus criou, e no livro de Deuteronômio (cap. 23. 13-15)
sobre os versículos que tratam da higiene e
limpeza do povo de Israel no acampamento e entorno, como fundamentos
bíblicos sobre o tema.
Outras fontes teológicas pesquisadas
foram: A carta Encíclica Laudato Si do Papa Francisco é um
importante documento católico em que o papa faz um apelo pela luta global no
combate a degradação ambiental[2]
Buscamos ainda subsídios
bibliográficos em de livros de autores renomados como:
DIEHL, Rafael de Mesquita. Teologia
Católica e Direitos Humanos. Curitiba: Intersaberes, 2018.
Reimer
Haroldo. Princípios de Preservação Ambiental a Partir do Antigo Testamento
da Bíblia Sagrada. Goianésia. 2014.
Além
disso, realizamos pesquisas bibliográficas em importantes Revistas cientificas
que tratam sobre o meio ambiente tais como; a revista da igreja católica[3],
assim como na Constituição Federal de 1988 na parte que trata do meio ambiente.
O lixo e o meio ambiente, breve histórico:
Desde os primórdios da humanidade o homem vive da
exploração da natureza e dela retira os recursos necessários para sua sobrevivência,
essa relação entre o homem e a natureza no princípio era harmoniosa, pois as
necessidades do homem nesse começo da humanidade estavam voltados para a sua
subsistência, os alimentos eram retirados da caça, pesca e da lavra artesanal
da terra, de maneira que essa atividade de subsistência não era danosa a
natureza, tendo em vista que, o que era retirado da natureza para a
sobrevivência do homem era renovado pelo processo natural do próprio meio
ambiente, conforme cita Duelly (2004, p 22) “exemplos de
recursos renováveis são: flora, fauna naturais e todos os ecossistemas
cultivados”.
Contudo com a expansão humana no planeta e surgimento da
indústria, a exploração do meio ambiente se intensificou para atender as novas demandas
da humanidade voltadas para o consumo de produtos industrializados, de acordo
com Cortez e Ortigoza (2009, p. 92)
Historicamente, o
agravamento da situação ambiental na Terra teve início no final do século
XVIII, após a Revolução Industrial, posto que a partir dessa época houve uma
melhoria das condições de vida na sociedade, contribuindo para o crescimento
populacional que suscitou a necessidade de investimento em novas técnicas de
produção, voltadas ao atendimento da demanda cada vez maior por bens e serviços.
Tal fato resultou na intensificação da exploração dos recursos naturais e,
consequentemente, no aumento da produção de bens de consumo.
Com a evolução industrial e o consumo de bens e alimentos
industrializados crescentes no planeta, os resíduos sólidos tornaram-se um
grande problema ambiental, no Brasil de acordo com o IBGE, o lixo em algumas
cidades ainda é descartado sem qualquer cuidado e tratamento em lugares
inadequados, denominados lixões, onde muitas famílias em estado de miséria sobrevivem
da exploração desses lixões.
No aspecto de sua definição, o lixo de acordo com o
dicionário informal; é um conjunto de sujidades e dos materiais servidos que se
jogam fora; restos, entulhos, sujeiras; imundície; coisa sem valor, para a NBR
10004/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, o lixo é
denominado como todo resíduo sólido, representado por materiais descartados,
oriundos das atividades humanas.
Para Santos (2009, p 26):
Os resíduos sólidos, comumente chamados de lixo, contem
uma parcela de cada material que chega do interior de residências, empresas,
estabelecimentos, entre outros, e um amplo espectro organismos patogênicos,
além de numerosos elementos tóxicos, que igualmente representam risco para a
saúde humana e as condições ambientais.
No aspecto do problema ambiental, o lixo é uma preocupação
mundial, e a Organização Mundial das Nações Unidas – ONU tem se encabeçado esse
debate mundial com propostas para erradicar a pobreza e proteger o meio
ambiente. Durante a Cúpula das Nações Unidas em 2015, criou a Agenda 2030, que
trata-se de um pacto global assinado pelos 193 países membros composta de 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, dentre esses
objetivos destacamos o de número 11.6 “tornar as cidades e os assentamentos
humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”, que tem como meta, até
2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive
prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e
outros.
Os efeitos negativos
do descaso com o lixo no Brasil não se limitam apenas a questão do desleixo da
limpeza pública, o descaso com o lixo polui todo o meio ambiente, o ar, o solo,
água e propagação de insetos e ratos, afetando gravemente a saúde pública, porem
o Brasil como país membro da Agenda 2030 da ONU se comprometeu em alcançar a
meta do Objetivo de Desenvolvimento sustentável de número 11.6.
Em maio de 2019 a EBC
– Empresa Brasileira de Comunicação – Agência Nacional de Noticia do Governo
Federal divulgou dados do IBGE, que apontam que mais de 20 milhões de
brasileiros não tem acesso à coleta de lixo:
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), mais de 20 milhões de pessoas não tem acesso a nenhum tipo de coleta de
lixo no Brasil.
Ainda segundo o levantamento, 83,0% dos domicílios tem acesso a coleta
direta de lixo, 8,1% fazem coleta via caçamba de serviço de limpeza, enquanto
8,9% queimam lixo na propriedade ou depositam em valões.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua 2018 (PDAD), que traz dados sobre domicílios, distribuição geográfica
da população, sexo e idade e cor ou raça coletados entre os anos 2012 e 2018.
Conforme demonstrado
por esse breve histórico do lixo, no Brasil é perceptível o descaso ambiental
com os resíduos sólidos, de maneira que identificar-se fundamentos bíblicos que
possam sensibilizar o cristão quanto a responsabilidade com o meio ambiente é
de relevante contribuição não só no aspecto cristã, mas para a sociedade como
um todo.
Responsabilidade ambiental sob a ótica bíblica:
Ao contrário de todo o descaso ambiental que ameaça o planeta, nas Sagradas Escrituras encontram-se fundamentos bíblicos que subsidiam uma defensa ao meio ambiente, nos livros de Genesis e Deuteronômio encontramos ensinamentos de responsabilidade e preservação do meio ambiente, limpeza e higiene.
Gênesis nos ensina
que, o homem e toda a natureza que contém o meio ambiente, foram criados por
Deus, conforme consta do capítulo (1.1-10):
No princípio Deus criou o céu e a terra. 2 A terra estava sem forma e
vazia; as trevas cobriam o abismo e o espirito de Deus pairava sobre as águas.
3. Deus disse; “Faça-se luz!”. E a luz foi feita. 4 Deus viu que a luz era boa,
e separou a luz das trevas. 5 Deus chamou à luz de dia, e às trevas noite.
Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia. 6 Deus disse: “Faça-se
um firmamento entre as águas, e separe elas uma das outras”. 7 Deus fez o firmamento
e separou as águas que estavam debaixo do firmamento daquelas que estavam por
cima. 8 E assim se fez. Deus chamou o firmamento de céu. Sobreveio a tarde e
depois a manhã: foi o segundo dia. 9 Deus disse: “Que as águas que estão
debaixo do céu se juntem num mesmo lugar, e apareça o elemento árido”. E assim
se fez. 10 Deus chamou o elemento árido terra, e ao ajuntamento das águas mar.
E Deus viu que isso era bom.
Em sequência Deus foi
consolidando o meio ambiente, criou as plantas, ervas, os seres vivos segundos
as espécies dos animais, Genesis (1.11-24):
11 E disse Deus:
“Produza a terra plantas, erva que contenham semente e árvore frutíferas que
deem fruto segundo a sua espécie, e o fruto contenha sua a semente”. E assim
foi feito. 12 A terra produziu plantas, ervas que contem sementes segundo a sua
espécie, e árvores que produzem frutos segundo sua espécie, contendo o fruto a
sua semente. E Deus viu que isso era bom. 13 Sobreveio a tarde e depois a
manhã: foi o terceiro dia. 14 Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do
céu para separar o dia da noite. Que sirvam eles de sinais e marquem o tempo,
os dias e os anos, 15 e resplandeçam no firmamento do céu para iluminar”. E
assim se fez. 16 Deus fez dois grandes luzeiros: o maior para presidir o dia e
o menor para presidir a noite; e fez também as estrelas. 17 Deus colocou-os no
firmamento do céu para que iluminassem a terra, 18 presidissem o dia e a noite,
e separassem a luz das trevas. E deus viu que isso era bom. 19 Sobreveio a
tarde e depois a manhã, foi o quarto dia. 20 Deus disse: “Pululem as águas de
uma multidão de seres vivos, e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento
do céu”. 21 Deus criou os monstros marinhos e toda multidão de seres vivos que
enchem as águas, segundo sua espécie, e todas as aves segundo sua espécie. E
Deus viu que isso era bom. 22 E Deus os abençoou: “Frutificai – disse ele – e
multiplicai-vos, e encheis as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre
a terra”. 23 Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quinto dia. 24 Deus
disse: “Produza a terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos,
repteis e animais selvagens segundo a sua espécie”. E assim se fez. 25 Deus fez
os animais selvagens segundo a sua espécie, os animais domésticos igualmente, e
da mesma forma todos os animais, que se arrastam sobre a terra. E deus viu que
isso era bom.
Ainda de acordo com
Genesis, (1.26-27) após estes feitos supracitados, Deus em continuidade criou o
homem, para ser o administrador de toda a criação:
Então Deus Disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele
reine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos
e sobre toda a terra e sobre todos os repteis que se arrastam na terra”. 27
Deus criou o homem à sua imagem; criou-o a imagem de Deus, criou o homem e a
mulher.
Após a criação do
homem e da mulher, Deus os abençoou, Genesis, (1.28-31).
28 Deus os abençoou: “Frutificai -
disse – ele e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os
peixes do mar, sobre as aves do céu, e sobre todos os animais que se arrastam
na terra”. 29 Deus disse: “Eis que vos dou toda a erva que da semente sobre a
terra, e todas as árvores frutíferas que contem em si mesma sua semente, para
que vos sirvam de alimento. 30 E a todos os animais da terra, a todas as aves
do céu, a tudo que se arrasta sobre a terra, e em que haja o sopro da vida, eu
dou toda erva verde por alimento”. E assim se fez. 31 Deus contemplou toda sua
obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde, depois a manhã: foi o
sexto dia.
E assim Deus concluiu
sua obra da criação, Genesis (2,1-3)
2. 1 Assim foram concluídos o céu, a terra e todo o seu exército. 2 Tendo
Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito descansou do seu trabalho.
3 Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia descansou de toda
obra da criação. Tal é a história da criação do céu e da terra.
Nos textos de Gênesis
(1.1-31) é notável o princípio da responsabilidade cristã quanto ao meio
ambiente, pois conforme sua narrativa, Deus é o Criador do céu e da terra e
tudo que nela existe, e por sua vontade fez o homem senhor de toda a natureza
para reinar e usufruir com responsabilidade de toda a natureza, assim ensina
Reimer (2006, p 91).
Percebe-se a
possibilidade dos Textos Sagrados contribuírem para formação de princípios
ambientais, uma vez que a construção de novos ou a ampliação dos existentes é
orientação para o ordenamento jurídico ambiental pátrio.
Ainda para Reimer (2006, p 94):
A responsabilidade ambiental é
fundamental para a existência do planeta, o que guarda relação com a
responsabilidade da geração atual preparar a chegada das gerações futuras. O
Princípio da Responsabilidade Ambiental impõe esse dever, fundamentado nas Leis
Hebraicas do Antigo Testamento, em especial no Livro de Gênesis (1,28-30) e no
ordenamento jurídico ambiental atual. Portanto, a legislação poderia se pautar
por esse princípio.
Outro ensinamento importante sobre a responsabilidade ambiental cristã, encontramos em Deuteronômio, nos versículos que tratam da higiene e limpeza, capitulo (23. 13-15):
13.Haverá fora do acampamento um lugar retirado, aonde poderá dirigir-te.
14 Terás contigo, em tuas bagagens, uma pá que te servirás para abrir um buraco
quando fores a parte e, partindo, cobriras com terra os teus excrementos. 15 Porque
o Senhor teu Deus, anda pelo meio do acampamento para proteger-te e livrar-te
dos teus inimigos: o teu acampamento deverá ser santo; não aconteça que; à
vista de alguma coisa chocante o Senhor se desvie de ti.
Sobre essa preocupação com a higiene em Deuteronômio (23.13-15) Reimer (2006, p 95) esclarece que:
Além da
preocupação ecológica evidenciada no livro de Deuteronômio (23,13-15), a citada
disposição possui um caráter sagrado, pois o acampamento no qual Deus habita
não pode ser contaminado. Assim, é possível conceber que, em Deuteronômio, se
encontra o princípio do cuidado, materializado na necessidade de enterrar as
fezes, manter a higiene do acampamento e evitar o problema do esgoto a céu
aberto.
Percebe-se que essa preocupação sanitária de Deuteronômio, é um claro exemplo de fundamento bíblico na defensa ambiental, que orienta e subsidia o cristão a ser responsável com a limpeza, higiene comunitária, que em suma são princípios de preservação ambiental.
Como bem se observa
nos livros citados de Gênesis e Deuteronômio o homem tem o dever bíblico de cuidar
e preservar o meio ambiente para seu próprio bem estar, assim como para as
gerações futuras, como também ensina Diehl (2018, p 201): “A doutrina cristã
entende que, embora Deus tenha feito o ser humano como senhor do mundo natural,
ele deve usar da natureza com responsabilidade perante o Criador”.
A Igreja diante dos problemas ambientais no Brasil
De acordo com a CNBB (2019):
A relação entre Igreja e Ecologia nem sempre é algo tão simples, mas é por meio dos diversos trabalhos eclesiais que é possível manifestar a preocupação com as questões ambientais e realizar ações que gerem maior consciência da população diante da realidade atual do planeta.
Ainda nesse sentido a CNBB esclarece que;
“Pastorais do meio ambiente conscientizam a população diante da realidade atual
do planeta”. E por fim a CNBB[4] em seu site (2019) apresenta
os trabalhos de suas campanhas de fraternidade relacionados com a questão
ambiental:
A Igreja trabalhou
em seis Campanhas da Fraternidade a questão ambiental. A primeira foi em 1986
que teve como tema “Fraternidade e terra” e o lema “Terra de Deus, terra de
irmãos” e a última em 2017, com a temática “Fraternidade: Biomas Brasileiros e
a Defesa da Vida”.
1986 –
Fraternidade e terra / lema: Terra de Deus, terra de irmãos
2004 – A
fraternidade e a água / lema: Água, fonte de vida
2007 –
Fraternidade e Amazônia / lema: Vida e missão neste chão
2011 –
Fraternidade e a vida no planeta / lema: A criação geme como em dores de parto
2016 – Campanha da
Fraternidade Ecumênica – Tema: “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema:
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não
seca” (Am 5, 24)
2017- Fraternidade: Biomas Brasileiros e a Defesa da Vida
Para
Menegatti, (2018, p 21) “a Doutrina Social da Igreja consiste em uma disciplina
integrante da moral social e designa o conjunto de ensinamentos que compõe o
pensamento do Magistério da Igreja a respeito das questões sociais”.
Menegatti,
(2008, p22), reforça “a Doutrina Social da Igreja consiste, portanto, no
posicionamento do Magistério eclesiástico em âmbito social, situando as
exigências do evangelho com as questões que surgem na sociedade”.
Dado ao exposto, percebe-se que a Igreja
Católica no Brasil tem se apresentado como um braço atuante diante dos
problemas ambientais, não só pelas campanhas da fraternidade que já foram
realizadas, mas também pela atuação de suas pastorais do meio ambiente e/ou
ecologia por todas as regiões brasileiras.
Outro ponto que destacamos como um importante
passo da Igreja, na luta pela preservação do meio ambiente no planeta, vem do
Papa Francisco através da carta encíclica Laudato Si’. O Papa Francisco
nos leva a entender que a terra é uma “casa comum” e a responsabilidade por
essa casa é de todos.
Francisco (2015, LS 13) entende que
toda a humanidade tem que se unir em prol de um desenvolvimento sustentável
para proteger a casa comum:
O urgente desafio
de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família
humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que
as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto
de amor, nem se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a
capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer,
encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados setores da atividade
humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos. Uma
especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as
dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do
mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode
pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e
nos sofrimentos dos excluídos (LS, n.13).
De acordo com os ensinamentos de Menegatti (2008, p. 155, 156) sobre a Encíclica Laudato Si’, conclui:
a encíclica Laudato Si’ insere no Magistério Social da Igreja e oferece uma análise abrangente, feita com a contribuição teórica de muitos cientistas, sobre a ameaça ecológica. Ela descreve que as causas da crise não são decorrentes somente da exploração político-econômica, mas também do pecado social contra a própria humanidade e seu Criador.
Partindo da ideia do planeta como pátria e da humanidade como povo que habita uma casa comum (LS, n.164), a encíclica apresenta os grandes problemas que estão deteriorando o nosso Planeta, (Menegatti 2008, p. 156):
O primeiro dele é a poluição e as mudança climáticas; depois, a questão
da água; a perda da biodiversidade; a deterioração da qualidade de vida e a
degradação social, a desigualdade planetária; a fraqueza das reações em defesa
do planeta; e a diversidade de opiniões acerca das ações a serem praticadas.
Esses problemas criam em nosso mundo um cenário com angústias sociais e éticas referente aos empobrecidos, ao desmatamento e a extinção de espécies, a cultura do descarte e à indiferença.
Concluindo seu ensinamento, Menegatti (2008, p. 156) afirma que, “as iniciativas tomadas são insuficientes, de pouco impacto, e os problemas são mais mascarados do que enfrentados”, e reforça seu pensamento citando a (LS, n. 67).
Não somos Deus. A terra existe antes de nós e foi-nos dada, (...) foi dito que a narração do Genesis, que convida a “dominar” a terra (cf. Gn 1,28), favorecia a exploração selvagem da natureza, apresentando uma imagem do ser humano como dominador e devastador. Mas esta não é uma interpretação correta da Bíblia, como a entende a Igreja (...). Isto implica uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza. Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo que necessita para sua sobrevivência, mas tem também o dever de proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para gerações futuras, (LS, n. 67).
Igualmente, Diehl (2008, p. 201) em seus ensinamentos sobre a “relações com o meio ambiente” leciona que:
A temática ambiental foi tratada, de forma direta, só muito recente pela igreja, a parti apenas da segunda metade do século XX. Entretanto, não se trata de doutrina nova, mas da aplicação nas temáticas atuais do princípio moral de responsabilidade do homem pela criação. A doutrina cristã entende que, Deus tenha feito o ser Humano como senhor do mundo natural, ele deve usar da natureza com responsabilidade perante o Criador.
Ainda sob seu ponto de vista, Diehl (2008, p. 202, 203) também faz uma abordagem sobre a Encíclica Laudato Si’, refere que; “No início do documento, o papa cita seus predecessores, João Paulo II e Bento XVI, para elencar as implicações Morais e humanas dos problemas ambientais”.
5. (...) A
destruição do ambiente humano é um facto muito grave, porque, por um lado, Deus
confiou o mundo ao ser humano e, por outro, a própria vida humana é um dom que
deve ser protegido de várias formas de degradação. Toda a pretensão de cuidar e
melhorar o mundo requer mudanças profundas “nos estilos de vida, nos modelos de
produção e de consumo, nas estruturas consolidadas de poder, que hoje regem as
sociedades”. (...) O progresso humano autêntico possui um carácter moral e
pressupõe o pleno respeito pela pessoa humana, mas deve prestar atenção também
ao mundo natural e “ter em conta a natureza de cada ser e as ligações mútuas
entre todos, num sistema ordenado”. (...) Assim, a capacidade do ser humano
transformar a realidade deve desenvolver-se com base na doação originária das
coisas por parte de Deus. (...)
6. O meu
predecessor, Bento XVI, renovou o convite a “eliminar as causas estruturais das
disfunções da economia mundial e corrigir os modelos de crescimento que parecem
incapazes de garantir o respeito do meio ambiente”. Lembrou que o mundo não
pode ser analisado concentrando-se apenas sobre um dos seus aspectos, porque “o
livro da natureza é uno e indivisível”, incluindo, entre outras coisas, o
ambiente, a vida, a sexualidade, a família, as relações sociais. É que “a
degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a
convivência humana”. (...) O Papa Bento XVI propôs-nos reconhecer que o
ambiente natural está cheio de chagas causadas pelo nosso comportamento
irresponsável; o próprio ambiente social tem as suas chagas. Mas,
fundamentalmente, todas elas se ficam a dever ao mesmo mal, isto é, à ideia de
que não existem verdades indiscutíveis a guiar a nossa vida, pelo que a
liberdade humana não tem limites. Esquece-se que “o homem não é apenas uma
liberdade que se cria por si própria. O homem não se cria a si mesmo. Ele é
espírito e vontade, mas é também natureza”. (...) Com paterna solicitude,
convidou-nos a reconhecer que a criação resulta comprometida “onde nós mesmos
somos a última instância, onde o conjunto é simplesmente nossa propriedade e
onde o consumimos somente para nós mesmos. E o desperdício da criação começa
onde já não reconhecemos qualquer instância acima de nós, mas vemo-nos unicamente a nós mesmos”.
Nos ensinamentos de Diehl (2008, p.
203) grifamos dois pontos relevantes para nossa pesquisa, “a mentalidade de
egoísmo e descarte, e o entendimento da Igreja sobre a vinculação da dignidade
humana com o cuidado do meio ambiente:
Como podemos
observar, a falta de preocupação com o meio ambiente está relacionada a uma
mentalidade de egoísmo e descarte, fruto de um consumismo desenfreado e de uma
concepção de progresso que fixa somente no ponto de vista técnico e econômico.
Para a Igreja, existe uma forte vinculação entre dignidade humana e o cuidado
com o ambiente. Deus criou a natureza para servir as necessidades do ser humano.
Dessa forma, devem ser evitados dois extremos:
1. O uso
irresponsável dos recursos naturais, que desconsidera as necessidades das
gerações presentes e futuras.
2. Um ecologismo de tendencia quase panteísta, que considere o meio ambiente como um fim em si mesmo, colocando o ser humano no mesmo nível que os demais seres vivos.
Indubitavelmente, a
doutrina social e as ações da Igreja Católica, tem sido um grande exemplo de
amor e preocupação com o meio ambiente, que servem de fundamentos e inspiração
para cristãos se dedicarem com muito mais amor na preservação do meio ambiente,
especialmente com mais responsabilidade no descarte do lixo doméstico.
Além dos fundamentos bíblicos apresentados que consubstanciam fortemente uma defensa ao meio ambiente, a nossa Constituição federal também se destaca pela tutela do artigo 255 ao meio ambiente, assegurando a todos os brasileiros o direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Constituição
Federal do Brasil - Art. 225.
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
De acordo com Reimer (2006, p. 92); “O
princípio da responsabilidade possui respaldo constitucional, sem dúvida, é um
dos princípios basilares do Direito Ambiental, no entanto, a preocupação com
esse tema consta nos textos Bíblicos”.
Contudo, embora a pesquisa tenha se aprofundado nos fundamentos bíblicos, não podemos deixar passar em branco a clareza e a importância da tutela constitucional brasileira sobre o meio ambiente, pois para a nossa constituição considera o meio um bem comum do povo e essencial à sua qualidade de vida e deve preservado pela coletividade e pelo poder público para gerações futuras.
Considerações finais
O presente trabalho
trouxe à tona um dos grandes problemas do meio ambiente, o descaso com o lixo,
inicialmente demonstrando um breve histórico sobre o meio ambiente, a origem do
lixo, os fatores que aceleraram a produção do lixo e o descaso com o descarte.
De forma minuciosa a
pesquisa apresentou fundamentos bíblicos com base nos livros de Gênesis e
Deuteronômio que claramente subsidiam uma defensa ambiental a todos os
cristãos, bem como, ensinamentos de autores renomados no tema ambiental
teológico.
Além dos fundamentos
bíblicos a pesquisa trouxe à baila as ações eclesiais da igreja católica e a
doutrina social como exemplo de amor e inspiração no cuidado com o meio
ambiente. E ainda de forme breve, mas não menos importante discorreu-se sobre o
artigo 255 da Constituição Federal brasileira no que tange a preservação do
meio ambiente.
De maneira que
consideramos o presente trabalho de suma relevância para inspirar e fundamentar
biblicamente o cristão quanto a importância da preservação do meio ambiente
para as gerações futuras.
Referências
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[2]Disponível em: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html. Acesso em
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[3] PORTAL A12. Iniciativas da Igreja Católica para o cuidado do meio ambiente. 2021, disponível em: https://www.a12.com/redacaoa12/igreja/iniciativas-da-igreja-catolica-para-o-cuidado-do-meio-ambiente. Acesso em 20.04.2022.
[4] CNBB.
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