Incertezas e desesperanças ao meio de muitas
ideias fragmentadas levam a morte súbita; a greve dos investigadores, escrivães
e comissários da Policia Civil do Estado do Maranhão.
Em outrora, bravas lutas! Sinpol/MA e policiais
civis, falavam um único idioma; a força era simplesmente a união, porém agora;
fracas lutas! Sem força e união, desarrimados por um poliglotismo de ideias, o
movimento grevista agonizou até a morte súbita.
Como premio de consolação o Sinpol; ganhou à
promessa de reuniões com o governo em busca de uma solução para o impasse da
exorbitante progressão salarial dos delegados sobre os demais policiais, os
quais; foram desgraciados com a mão caridosa que agraciou os delegados.
As demandas das reinvindicações vão além das
divergências salariais, uma vez que a instituição no momento encontra-se em pleno
estado de precariedade generalizada, o diagnostico não é nada animador, quem
vive no Maranhão sabe disso! São delegacias desviadas para a custodia de
presos, insuficiência de policiais para o exercício regular da atividade de
policia judiciaria, precariedade predial, haja vistas que as maiorias das
delegacias funcionam em imóveis residenciais precariamente adaptados para as
atividades policiais, além de um setor técnico cientifico totalmente desprovido
para atender as demandas periciais tão imprescindíveis para as investigações.
Obviamente, devemos dar a Dino o que é de Dino,
o quadro apresentado não é de sua culpa, exceto o impasse salarial, uma vez que
fora a sua mão caridosa; a responsável pela divergência salarial debatida pelos
policiais.
Com base nesse exposto, assim como nas atuais
circunstancias da crise econômica e politica em que passa o Brasil, realmente, a
meu ver; não haveria de se encontrar uma luz no fundo do túnel, com base nesse
pensamento não deveria o Sinpol, assim como seus respectivos afiliados
levantarem suas bandeiras grevistas nesse momento, visto que o momento nacional
é grave, corremos sérios riscos democráticos.
Embora, minha opinião fosse contraria ao uso do
instituto da greve para estas reinvindicações, não significa dizer, que eu seja
a favor do amordaçamento das insatisfações, é obvio o direito de greve, nem
preciso discursar sobre a legalidade deste instituto, basta que me valha do
velho ditado popular: “quem não chora não mama”, no entanto diante desse
cenário econômico e politico negativo no Brasil nesse momento, aliado ao
descontentamento da população diante de uma greve, o que garante ao governo uma
blindagem para as negociações, haveríamos de adotarmos outras estratégias,
talvez nos impondo a não trabalharmos dentro deste citado cenário de
precariedade, o que sem duvidas, nos expõe a um risco ainda maior, sem render
resultados satisfatórios, o que talvez
pudesse ser uma luz no fundo do túnel.
O
autor é Investigador de Policia Civil do Maranhão;
Matemático,
Administrador e estudioso do Direito;Atualmente acumula a Presidência das Investigações
Criminais da Delegacia de Primeira Cruz/MA
Jose Roberto Menezes de Azevedo.
azevedomenezes@hotmail.com