domingo, 19 de novembro de 2017

A POLICIA CIVIL MARANHENSE QUE SE DESPONTA EM ALTA PRODUTIVIDADE É A MESMA QUE GRITA POR SEUS ENTRAVES.


São Luís/MA, 19.11.2017.

 Nunca produzimos tanto como atualmente, se houvesse prêmios e troféus para a produtividade, talvez estivéssemos sem espaço para guardar tantos troféus, no entanto a critica buscará em seu contexto mostrar, além da desenvoltura da Policia Civil do Maranhão seus entraves internos, principalmente no que tange a diferença salarial entre delegados e investigadores, comissários e escrivães, entre outras situações relativas à atividade de policia judiciária.

Para iniciarmos citamos com bom exemplo de produtividade; as duas superintendências especializadas mais importantes neste contexto da Policia Civil do Maranhão, a Seic e a Senarc, as quais juntas representam os maiores índices de produtividades da Policia Civil do Maranhão no combate ao crime, todavia as demais Unidades Policiais por mais simples que sejam também se despontam nesse cenário de produtividade.

Nesse contexto da produtividade, tudo vem transcorrendo muito bem, são centenas de crimes elucidados diariamente e seus autores presos e levados a justiça, somados as fartas, apreensões de drogas e armamentos apreendidos diuturnamente, de maneira que essa produtividade indiscutivelmente reflete em uma resposta positiva do Estado no combate ao crime.

 O universo contemporâneo do crime se expandiu no Brasil de tal forma, que  existe em abundância criminosos de toda ordem, de maneira que nem precisa as policias disputarem entre si pela captura desses mal feitores, basta trabalhar que não lhes faltará homicidas, traficantes, ladrões e quadrilheiros de colarinho branco entre outros criminosos.

Observem-se que a produtividade da Policia Civil do Maranhão não se da exclusivamente pela abundância de criminosos,  mas sim pelo empenho de cada policial em suas respectivas funções,  obviamente organizados e comandados, pelo propósito coletivo da segurança pública de combater o crime transformando esse cenário criminoso em um universo de paz e segurança para todos.

No entanto, para que tudo transcorra dentro desse propósito de segurança pública, precisamos notadamente estar cada vez mais bem preparados, de maneira que se faz imprescindível constante investimento nessa pasta da Segurança Publica, para finalmente continuarmos apresentando esses índices de produtividade.

Contudo não podemos negar que o governo de Flavio Dino tem se demonstrado empenhado em melhorar sua pasta de Segurança Pública, de forma que novos policiais foram contratados, viaturas novas foram adquiridas, prédios novos foram construídos, no entanto, ainda precisamos avançar muito mais e a passos mais céleres.

O que eu digo escapa a qualquer seara do sentimentalismo, trata-se unicamente de uma visão de gestão policial moderna, onde deve prevalecer; o planejamento estratégico, as ferramentas, plano de ação, e as metas de combate ao crime.

Por outro lado não podemos deixar de tratar do stress salarial que assola investigadores, comissários e escrivães, o edital de concurso público/2017 da Policia Civil do Maranhão, na parte que refere-se aos salários das categorias, nos dispensa de qualquer outro argumento probatório a respeito.

Esse stress salarial dos investigadores, comissários e escrivães, não é de agora, vem de muitos anos atrás, outros governos que já passaram, também enfrentaram esse stress, porém as respostas também foram paliativas,  entretanto com o nascimento do governo de Flavio Dino, os investigadores, comissários e escrivães ficaram esperançosos que seus pleitos fossem atendidos, no entanto fora os delegados que lograram o êxito de suas pautas.      

Todavia, o pacote salarial do governo de Flavio Dino que agraciou os delegados em 2015 fora o mesmo que contemplou as demais categorias de policiais civis, ocorre que, a percentagem dada aos delegados em face de um acordo amigável que pois fim a uma demanda judicial da categoria delegado, criou um abismo maior entre os investigadores, comissários e escrivães.

Diante de todo esse contexto; o Sindicato dos Policiais Civis do Maranhão – Sinpol, usando de suas prerrogativas, tentou sensibilizar o governo expondo publicamente as feridas da própria Policia Civil, através de outdoor, internet e da mídia televisiva, porém penso que o esforço não alcançou o resultado esperado, talvez ao contrario, tenha deixado sequelas entre o Sinpol e o Secretario de Segurança Pública Jeferson Portela, todavia o qual segue inabalado na pasta da segurança pública.

É bem verdade, que o atual cenário nacional econômico e político não favorecem momentaneamente as lutas por questões salariais, entretanto calar-se diante da injustiça, torna-se muito pior do que os traumas deixados pelos esforços tentados.

Uma solução para o impasse se faz urgentemente necessário, quanto ao stress salarial e o efetivo policial, basta se fazer um breve diagnostico da Policia Civil do Maranhão que veremos que a grande maioria dos policiais são veteranos e já se encontram com o ciclo do tempo de serviço completo, aptos, portanto a qualquer momento abandonarem seus postos para a aposentadoria, talvez insistam em delongar seus ciclos aguardando uma possível melhora salarial, que não podemos deixar de considerá-los merecedores.

Outro dado preocupante no contexto dos entraves, é a grande demanda de trabalho que nasce todos os dias nas distritais e nas delegacias interioranas acumulando-se com a demanda já existente, agravados pela falta de efetivo policial, fato que por sua vez leva os cidadãos que precisam desses serviços ao stress.

Mas como para tudo existe solução, devemos nos unir em único debate na luta por uma Policia Civil produtiva e livre de seus entraves, é tempo de se inovar, somos uma Policia composta de por Policias de diversas graduações superiores o que facilita uma distribuição de trabalho por competência.

Primeiramente combatendo-se, o stress salarial; devemos em seguida nos reorganizamos em uma nova estrutura hierárquica a parti da criação de novas funções de chefia no âmbito da base policial; facilitando o desenvolvimento das diligencias das investigações, que no modelo atual não fluem dentro de um prazo razoável por falta de funções de competências para investigadores, comissários e escrivães.
 

O autor é Investigador de Polícia Civil do Maranhão;
Matemático, Administrador, especializado em Direito Penal e processual.
Atualmente respondendo pela Delegacia de Primeira Cruz/MA
Jose Roberto Menezes de Azevedo.
azevedomenezes@hotmail.com